quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Entre sombras

A maioria de nós vive em cidades, uma vida distante da natureza. Somos fruto do ambiente e não o contrário. Mas, no caso das cidades, elas sim são o resultado de nossas ações e alterações no ambiente.Se para um organismo simples constitui-se um problema viver em um ambiente não natural, para um organismo complexo como o ser humano viver em cidades mal planejadas por certo é fatal. Pois em locais assim ficamos expostos a alterações ambientais, e conseqüentemente a um maior número de doenças.A maior parte das cidades brasileiras médias não possui planejamento algum. E se são planejadas, o plano não é levado em consideração porque a lógica da especulação imobiliária é mais forte. E assim assistimos a um crescimento vertical rápido, edificações desnecessariamente altas, concentradas em uma mesma região, geralmente a central. Onde existiam sobrados, praças e casas, agora se vêem edifícios. Edifícios altos, grandes sombras. Desta forma o Sol não consegue mais enviar luz até o chão, tão pouco aos seres que por lá embaixo caminham. Sem esta luz diária nosso corpo não absorve o cálcio que nossos ossos tanto necessitam, recebendo pouca luz do sol ficamos sujeitos a doenças como osteoporose (descalcificação óssea) e a osteomalácea (amolecimento dos ossos na infância). O ar sombreado é menos aquecido, e sendo assim circula menos. Circulando menos concentra maior quantidade de poluentes como gás carbônico, óxidos nitrosos e sulfúricos dos escapamentos dos veículos motores, agregado a tudo isso ainda os vírus e as bactérias. Poluentes estes que irritam as mucosas, nos predispõe a bronquite, asma, renites, conjuntivites, enfisema pulmonar e até doenças cardíacas. Nas regiões com edificações mais baixas as pessoas possuem um contato maior com o sol e o ar circula melhor, dispersando mais rapidamente os poluentes.Levou muitos anos até a humanidade dar-se conta de que a malária não era fruto dos pântanos, e sim proveniente do desmatamento que ela mesma provocava na floresta, expondo-se aos ataques dos mosquitos transmissores da doença. De igual forma, ainda hoje as pessoas resistem em crer que a maioria das doenças é provocada pelas alterações feitas no ambiente natural. Alterações estas que estão bem debaixo de nosso nariz. Entretanto, o que está feito, está feito. Como melhorar então?Toda cidade deve ser planejada, e ter um plano diretor. Devemos conhecer este plano e fazer o que estiver ao nosso alcance para que ele seja respeitado. É nossa “obrigação” denunciar sempre que identificarmos abusos imobiliários aos órgãos ambientais competentes.O ideal é que as construções não tenham mais que três andares, permitindo assim que a o ar circule e a luz solar possa chegar até o chão. E observar na região onde habitamos se a cada conjunto de quatro quarteirões existe uma área verde de praça, garantindo assim descanso, laser e insolação.Simples medidas como estas tornam a renovação do ar maior, Ganha até quem reside em áreas mais distantes das centrais, pois toda a cidade fica mais arejada com o ar mais limpo e muito mais iluminada e saudável. Um grande abraço ensolarado e até a próxima!!!

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